A onda de calor extremo no Sul e Sudeste impulsiona geração de energia termelétrica no Brasil
Nas últimas semanas, o Brasil tem enfrentado uma onda de calor extremo que afetou principalmente as regiões Sul e Sudeste do país. Com temperaturas registrando mais de 40°C, as usinas termelétricas foram acionadas para suprir a crescente demanda por energia elétrica. Essa necessidade de acionamento das térmicas beneficiou algumas companhias do setor, como Eletrobras, Copel, Eneva, Equatorial e Energisa.
A necessidade de acionamento das térmicas impulsiona o desempenho das companhias do setor
Devido ao aumento da demanda por energia causado pelo uso de ares-condicionados e climatizadores, as térmicas se tornaram essenciais para garantir o fornecimento contínuo de eletricidade. Isso fez com que algumas empresas, como a Eneva, tivessem um desempenho positivo no mercado. A Eneva se endividou nos últimos anos para diversificar sua matriz energética e investir em um modelo mais sustentável, utilizando gás natural para a geração de energia. Essa estratégia torna a empresa menos poluente em comparação ao uso de carvão mineral.
Além disso, a Eneva possui um plano de investir R$ 500 milhões até 2030 em tecnologias emergentes para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a captura e armazenagem de CO2, demonstrando seu compromisso com a sustentabilidade.
A necessidade de fontes alternativas de energia e os desafios enfrentados pelo Brasil
O consultor e economista Adriano Pires, diretor fundador do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBIE), acredita que o Brasil ainda não está preparado para priorizar as fontes alternativas de energia em detrimento das térmicas. Ele também aponta que os subsídios às fontes renováveis estão beneficiando principalmente as empresas mais ricas, criando um cenário de injustiça social.
Por outro lado, empresas como a Engie estão apostando na transição energética e investindo em tecnologias mais limpas. A Engie descomissionou usinas térmicas nos últimos anos e agora possui um portfólio totalmente focado em energias renováveis, como hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa.
A ampliação das hidrelétricas como solução para a matriz elétrica brasileira
Segundo uma projeção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil poderia ampliar sua capacidade de geração de energia limpa em 4,7 GW por meio de investimentos em hidrelétricas. Isso resultaria na redução de 57 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Existem expectativas de que o Ministério de Minas e Energia promova um novo leilão para reserva de capacidade de energia em breve, incluindo a ampliação das hidrelétricas nesse processo.
O cenário atual e os desafios futuros
A combinação da onda de calor extremo, a necessidade de suprir a demanda por energia e os desafios ambientais coloca o Brasil em uma posição complexa. O país precisa encontrar um equilíbrio entre o uso das térmicas e o investimento em fontes alternativas de energia para garantir o fornecimento contínuo de eletricidade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
A intensificação das mudanças climáticas e a previsão de que o El Niño continue a afetar o clima no Brasil nos próximos meses demonstram a urgência de investimentos em energias limpas e sustentáveis. As empresas do setor energético têm um papel fundamental nessa transição, buscando soluções que reduzam o impacto ambiental e garantam a disponibilidade de energia para toda a população.
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