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Grupo reflexivo com agressores de violência doméstica quer evitar reincidências em Corumbá

Projeto Paralelas: Uma rede de apoio para agressores da própria família

Introdução

Toda semana, um pequeno grupo de homens se reúne em um auditório vazio da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em Corumbá. Por cerca de uma hora, eles participam de uma palestra, com roda de conversas e momentos para reflexão. A dinâmica é conduzida por facilitadores e lembra uma terapia em grupo.

Com diferentes idades e profissões, todos têm algo em comum: são agressores da própria família e estão cumprindo medida protetiva.

O Profissão Repórter desta terça-feira (26) mostrou como funciona a rede de serviços de proteção à mulher na cidade de Corumbá. A repórter Nathalia Tavolieri e a repórter cinematográfica Gabi Vilaça acompanharam uma das reuniões do Projeto Paralelas, criado pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul, em parceria com a UFMS.

Segundo o promotor Pedro de Oliveira Magalhães, não são todos os agressores que podem participar dos encontros do grupo reflexivo. Feminicidas e agressores que cometeram crimes de alta periculosidade, por exemplo, não têm acesso ao projeto.

As reuniões semanais são parte da medida protetiva e quem se ausentar sem justificativa pode ser preso.

O Projeto Paralelas

O Projeto Paralelas, criado pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul e pela UFMS, tem como objetivo oferecer apoio e auxílio para agressores domésticos que estão cumprindo medida protetiva. Ao invés de simplesmente punir os agressores, o projeto busca promover a mudança de comportamento e prevenir a reincidência.

O grupo reflexivo é uma das atividades realizadas pelo projeto. Os participantes têm a oportunidade de refletir sobre seus atos, compartilhar experiências e receber orientações sobre relacionamentos saudáveis e não violentos.

Os encontros são conduzidos por facilitadores treinados, que garantem um ambiente seguro e acolhedor para os participantes. Durante as palestras e rodas de conversa, são abordados temas como autocontrole, empatia, comunicação efetiva e resolução pacífica de conflitos.

Além das reuniões do grupo reflexivo, o Projeto Paralelas oferece outras atividades, como terapia individual, acompanhamento psicológico e encaminhamento para programas de reabilitação.

Impacto e desafios

O Projeto Paralelas tem apresentado resultados significativos na redução da reincidência de violência doméstica. Através do acolhimento e da abordagem reflexiva, muitos agressores têm se tornado conscientes de seus comportamentos abusivos e têm procurado mudar.

No entanto, a implementação e manutenção do projeto enfrenta alguns desafios. A falta de recursos financeiros é uma das principais dificuldades, já que é necessário investir em treinamento dos facilitadores, estrutura física e materiais para as atividades.

Além disso, a resistência por parte dos agressores em aceitar ajuda e participar das atividades também é um obstáculo a ser enfrentado. Muitos agressores possuem uma visão distorcida do que é um relacionamento saudável e minimizam seus atos de violência.

Outro desafio é a falta de conscientização e apoio da sociedade em relação ao Projeto Paralelas. É fundamental que a comunidade reconheça a importância de oferecer apoio e tratamento para os agressores, a fim de quebrar o ciclo de violência e promover relações saudáveis e pacíficas dentro das famílias.

Conclusão

O Projeto Paralelas é uma iniciativa inovadora que busca oferecer apoio e tratamento para agressores domésticos. Ao invés de apenas punir, o projeto busca promover a mudança de comportamento e prevenir a reincidência da violência.

Embora ainda enfrente desafios, o projeto tem alcançado resultados positivos na redução da violência doméstica. É essencial que haja investimento e apoio da sociedade para garantir a continuidade e expansão desse tipo de iniciativa, a fim de criar um ambiente seguro e saudável para todas as famílias.

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