Apesar dos desafios, Airbus reafirma capacidade de cumprir meta de entregas de aeronaves até 2023
A Airbus, uma das principais fabricantes de aeronaves do mundo, está confiante em sua capacidade de cumprir a meta de 720 aeronaves entregues até o final de 2023. Mesmo diante dos desafios enfrentados pela indústria, o CEO da fabricante para América Latina, Arturo Barreira, reforçou as perspectivas para o segmento em meio à retomada pós-pandemia, o potencial do mercado latino-americano e os investimentos em sustentabilidade.
Desafios na indústria
Até o final de outubro deste ano, a Airbus já entregou 560 aeronaves para 81 clientes. Para atingir a meta estabelecida, a empresa deverá destinar aproximadamente 160 aviões às companhias aéreas nos últimos dois meses de 2023. Apesar de se tratar de um número abaixo dos níveis pré-pandemia, a empresa acredita que a tendência é de crescimento, uma vez que o pior já passou e a indústria vem se recuperando dos problemas enfrentados na cadeia produtiva e da desaceleração enfrentada nos últimos tempos.
Além disso, a alta do petróleo, decorrente do conflito entre Ucrânia e Rússia, também teve um impacto negativo na indústria da aviação. No entanto, o CEO da Azul, John Rodgerson, afirmou que a situação tem melhorado aos poucos. A expectativa é de que a Airbus consiga atingir a marca de 75 aeronaves entregues por mês até 2026, superando os números registrados antes da pandemia.
O potencial do mercado latino-americano
A América Latina é vista como um mercado com grande potencial de crescimento pela Airbus. A empresa estima que a frota de aeronaves em operação na região praticamente dobre em 20 anos, passando de 1.140 para 2.630. Além disso, o tráfego de passageiros também deve dobrar durante o mesmo período.
Esse crescimento será impulsionado pelo aumento da classe média na região, que deve passar de 400 milhões para 490 milhões de pessoas até 2042. A forte atuação de empresas de baixo custo, como a Gol e a Azul, é outro fator positivo para o mercado latino-americano. O Brasil e o México despontam como os maiores mercados para essas companhias aéreas.
Diante desse contexto, o CEO da Airbus para América Latina considera o mercado brasileiro como um dos mais importantes da região, devido ao tamanho do país e sua força econômica. Acredita-se que o crescimento da aviação nesses países irá impulsionar o desenvolvimento da região como um todo.
Investimentos em sustentabilidade
Além da retomada pós-pandemia e do potencial de crescimento do mercado latino-americano, a Airbus também tem apostado em investimentos em sustentabilidade. A empresa espera que o Brasil e outros países da região desempenhem um papel fundamental na agenda de descarbonização do setor.
A Airbus está convencida de que a América Latina está em uma posição estratégica para fornecer combustível de aviação sustentável (SAF) não apenas para a região, mas também para outros países. Em parceria com o Grupo Latam, a empresa está financiando um estudo liderado pelo MIT para desenvolver estratégias de descarbonização da aviação.
Atualmente, menos de 1% do combustível usado no setor de aviação é sustentável. No entanto, a Airbus tem trabalhado para aumentar a capacidade de suas aeronaves operarem com uma mistura de até 50% de SAF. O objetivo é alcançar a capacidade de voar com 100% de SAF até 2030 para aeronaves comerciais e militares, assim como helicópteros.
Além disso, a substituição de equipamentos mais antigos também faz parte da estratégia da Airbus para aumentar a eficiência e reduzir as emissões. As aeronaves mais novas da empresa são entre 20% e 25% mais eficientes do que as anteriores.
Conclusão
Apesar dos desafios enfrentados pela indústria da aviação, a Airbus está confiante em sua capacidade de cumprir a meta de entregas de 720 aeronaves até o final de 2023. A fabricante acredita que a pior fase já ficou para trás e que o setor está se recuperando gradativamente.
O mercado latino-americano é visto como promissor pela empresa, que estima um crescimento significativo na frota de aeronaves em operação na região, além do aumento do tráfego de passageiros. A forte atuação de companhias aéreas de baixo custo é considerada um fator positivo para o mercado.
Além disso, a Airbus tem investido em sustentabilidade, buscando tornar a aviação mais limpa e reduzir as emissões. A empresa está focada no desenvolvimento de combustível de aviação sustentável e na substituição de equipamentos mais antigos por aeronaves mais eficientes.
Com essas estratégias, a meta de 720 aeronaves entregues até o final de 2023 é considerada possível pela Airbus. A empresa prevê um crescimento contínuo após esse período, estabelecendo metas cada vez mais ambiciosas para o futuro.
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