O impasse nas negociações de ajuda à Ucrânia no Congresso dos Estados Unidos
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, visitou o Congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira (12) com o objetivo de obter mais ajuda para resistir à invasão da Rússia em seu país. No entanto, os líderes republicanos condicionaram o envio de ajuda à Ucrânia à aprovação de um acordo sobre imigração nos EUA. Diante desse impasse, a decisão sobre o pacote de assistência à Ucrânia foi adiada e as negociações continuam sendo realizadas.
As exigências republicanas em relação à imigração
O presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou que os republicanos apoiam a Ucrânia em sua luta contra a invasão russa, mas não enviarão mais ajuda até que os democratas aceitem uma "mudança transformadora" nas políticas de imigração e fronteira dos EUA. Em particular, os republicanos têm exigido medidas mais rigorosas para conter a migração através da fronteira entre os EUA e o México.
Essas demandas republicanas têm atrasado o novo pacote de assistência à Ucrânia há meses. O republicano Roger Wicker, do Comitê de Serviços Armados do Senado, afirmou que preferiria enviar a ajuda ainda este mês, mas a sua aprovação pelo Congresso provavelmente será adiada para janeiro devido às negociações em curso sobre a fronteira.
Apesar da pressão republicana, os democratas têm resistido à maioria das demandas, criando um impasse que tem atrasado a assistência militar tão necessária para a Ucrânia em um momento crítico de sua luta contra a invasão russa.
O apoio em declínio à Ucrânia entre os eleitores republicanos
Uma pesquisa recente do Financial Times-Michigan Ross revelou que 65% dos eleitores republicanos acreditam que os EUA estão gastando "demais" para ajudar a Ucrânia em seu esforço de guerra. Esse declínio no apoio à Ucrânia entre os eleitores republicanos tem influenciado as posições dos congressistas republicanos em relação à assistência ao país.
Embora muitos congressistas republicanos tenham manifestado apoio à Ucrânia e considerado a visita de Zelenski inspiradora, eles têm insistido em mudanças nas políticas de imigração e fronteiras dos EUA antes de aprovar uma ajuda adicional. O senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, afirmou que não haverá "reforma suplementar" sem uma reforma na segurança das fronteiras.
A falta de envolvimento direto de Joe Biden
Os democratas envolvidos nas negociações de financiamento para a Ucrânia estão cada vez mais frustrados com a falta de envolvimento direto do presidente Joe Biden. Há uma percepção de que Biden precisa se envolver mais nas negociações e fazer oferecimentos melhores aos republicanos para que a ajuda à Ucrânia possa ser aprovada ainda este ano.
Apesar disso, o senador Chris Murphy, de Connecticut, um aliado próximo de Biden e um dos principais negociadores dos democratas, afirmou que a Casa Branca está se envolvendo mais nas negociações. No entanto, permanece incerto o que a Casa Branca está disposta a conceder em questões de segurança nas fronteiras para ganhar o apoio dos republicanos.
Conclusão
O impasse nas negociações de ajuda à Ucrânia no Congresso dos Estados Unidos reflete a divisão entre republicanos e democratas em relação às políticas de imigração e fronteiras do país. Enquanto os republicanos condicionam a ajuda à Ucrânia a uma mudança nas políticas de imigração, os democratas resistem a essas exigências. Enquanto isso, a Ucrânia está em uma situação crítica, lutando contra a invasão russa sem o suporte financeiro necessário.
É fundamental que ambas as partes encontrem um compromisso para que a ajuda à Ucrânia seja aprovada e o país possa continuar sua luta contra a invasão russa. A segurança e estabilidade da Ucrânia são vitais não apenas para o país, mas também para toda a região. Espera-se que o presidente Joe Biden e os congressistas encontrem uma solução para esse impasse nas próximas semanas, assegurando a assistência necessária à Ucrânia.
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