Com crises de dor, moradora de Campinas espera há três meses por exame do útero

A demora para conseguir um exame ginecológico está causando sofrimento à faxineira Iva Alves de Lima Granja

A falta de acesso rápido a exames médicos tem sido um grande problema no sistema de saúde brasileiro. Iva Alves de Lima Granja, uma moradora de Campinas (SP) está enfrentando a angústia de esperar por um exame ginecológico há meses. Com dores persistentes na região do abdômen, Iva descobriu um pólipo no endométrio em outubro e buscou auxílio médico. No entanto, o que deveria ser o início de uma solução se transformou em uma espera dolorosa.

A médica encaminhou Iva para fazer uma histeroscopia, um procedimento que permite analisar o útero por meio de imagens e realizar tratamentos necessários. No entanto, desde outubro, Iva tem esperado por uma vaga disponível para realizar o exame. Ela explica que o posto de saúde tenta marcar a vaga, mas sempre é informada de que ainda não há disponibilidade.

O que é a histeroscopia?

A histeroscopia é um procedimento realizado pelos médicos para analisar o útero utilizando imagens mais precisas do que um ultrassom. De acordo com a ginecologista Graziela Fernanda, o procedimento permite uma melhor visibilidade do endométrio. O ultrassom transvaginal e a ressonância da pelve têm algumas limitações nessa análise.

Por que o exame é importante?

A histeroscopia não apenas faz o diagnóstico, mas também possibilita o tratamento do paciente, como a remoção de fragmentos do útero. Por esse motivo, o procedimento é realizado apenas por médicos e, muitas vezes, é feito dentro de um hospital. Através desse exame, pode-se fazer um diagnóstico mais preciso e iniciar o tratamento imediato quando necessário, o que pode ser extremamente benéfico para a saúde do paciente.

A demora na realização do exame ginecológico pode trazer consequências negativas para a saúde dos pacientes, como o sangramento excessivo. Os pólipos têm a característica de aumentar o fluxo de sangue, resultando frequentemente em anemia. Embora seja rara a possibilidade de o pólipo se transformar em uma condição maligna, é importante que sejam realizados exames o mais rápido possível para garantir a saúde e o bem-estar dos pacientes.

A situação de Iva revela um problema recorrente no sistema de saúde brasileiro. A falta de agilidade no encaminhamento e na realização de exames médicos é uma questão crítica que afeta a vida de muitos brasileiros. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que não há problemas com relação às filas de espera, porém, essa negação contradiz a experiência de pacientes como Iva, que enfrentam uma espera angustiante diante de suas necessidades de saúde.

É importante que as autoridades de saúde do município, do Departamento Regional de Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde reconheçam e abordem esse problema urgentemente. A falta de acesso aos exames médicos coloca em risco a saúde da população e deve ser tratada como uma prioridade na busca por um sistema de saúde mais eficiente e responsável.